Criação de uma Empresa Jr. para Relações Internacionais – Carolina Figueiredo Thomaz

Em um primeiro momento foi necessário considerar por que criar uma Empresa Júnior (EJ) para a graduação de Relações Internacionais na UERJ. Apesar de ser um contexto muito específico, pois cada universidade tem, em certa medida, a sua própria maneira de lidar com este, que é um curso tão amplo, a resposta pode ser a mesma para alunos de qualquer universidade: Hoje, um aluno de relações internacionais, ao procurar uma experiência profissional, se depara com um mercado de trabalho extremamente saturado. Existem poucas vagas, muitas que pedem competências que sequer são desenvolvidas no curso e muitos candidatos.

A partir desta angústia, eu e Helder Souza decidimos, em 2019, criar a Proxy Júnior- Consultoria Internacional, como uma tentativa de fazer a ponte entre os alunos da UERJ e o mercado de trabalho, desenvolvendo as competências exigidas e trazendo oportunidades. As empresas juniores (EJs) existem com o propósito de promover o empreendedorismo entre alunos de graduação, por isso elas são muito incentivadas pelas universidades e por organizações. Contudo, mesmo com todo o apoio, o caminho até a total estruturação da empresa tem se mostrado longo e exaustivo. Além disso, o fato de não ter qualquer experiência profissional na área foi, para nós, uma grande motivação mas também um grande obstáculo. 

Inicialmente procuramos ajuda com outras EJs na UERJ. Eles nos passaram o contato do Movimento Empresa Júnior do Rio de Janeiro para compreender toda a documentação inicial. Em seguida, procuramos os professores que queríamos como orientadores para nos ajudar a pensar nos serviços. Por fim, buscamos o contato com a Inov, que é o setor de inovação e empreendedorismo da UERJ. Ela auxiliou também na documentação e na formulação dos serviços, além de informar como conseguir a autorização da UERJ para abrir a EJ. Assim, confeccionamos o estatuto e chamamos mais colegas para compor o time de fundadores.

Para integrar ainda mais a Proxy à UERJ, a inscrevemos como projeto de extensão, planejamos diversos eventos para 2020 e tentamos conseguir bolsas. Apesar de ter sido aprovado, não recebemos nenhuma bolsa. Além disso, quando tudo estava pronto para tirar o CNPJ e finalmente iniciar o trabalho, começou a pandemia e tivemos que adiar ainda mais a consagração do projeto.

Desde então, fizemos eventos online, desenvolvemos as redes da EJ e estruturamos os serviços, mas ainda não conseguimos começar, de fato, a trabalhar. Contudo, toda a experiência de lidar com burocracia, buscar parcerias, organizar eventos e serviços, entre tantas outras, vale, pra mim, como uma grande experiência profissional. 

Agora, no fim da graduação, posso dizer que passar por uma EJ é muito importante para os alunos que desejam trabalhar no setor privado. Na Proxy aprendi o quanto é valioso o trabalho em equipe, a proatividade e a comunicação. Por fim, mesmo estando na atual condição, ela já me trouxe inúmeros frutos como a descoberta de novas oportunidades e a construção de um networking, que é essencial para todo jovem profissional de Relações Internacionais.