Experiência Intercambio na França: Nathália do Vale

Intercambio com bolsa para França
Nathália do Vale considera-se privilegiada por poder ter acesso a esse intercambio.

Sou graduada em Relações Internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). No ano de 2017, concorri e fui a única selecionada para uma bolsa de estudos ofertada pela Sciences Po Rennes (França), no valor de 500 euros mensais, para fazer um intercâmbio na instituição francesa durante um ano (até o meio de 2018, um ano letivo francês completo). Eu já estudava francês há um ano e meio no período anterior à essa bolsa, então uma das razões que me fez me candidatar foi a possibilidade de desenvolver melhor e mais rápido o aprendizado do idioma. Sou natural do subúrbio do Rio, então estudar fora nunca foi uma possibilidade tangível dada a minha condição financeira. A bolsa realmente foi um diferencial que, sem nenhum exagero, mudou minha vida para sempre.

Sciences Po Rennes intercambio de brasileira
A Sciences Po Rennes é considerada uma das melhores universidades da França

Na Sciences Po, fui inscrita num programa em francês exclusivo para os intercambistas, que consistia em aulas de francês mais aulas de história e civilização francesa. Além disso, tínhamos que nos inscrever em matérias de qualquer ano da instituição. Aproveitei para cursar matérias que não eram ofertadas na minha instituição de origem, como direito francês e europeu, instituições da UE, economia europeia e outros. A Sciences Po é muito interdisciplinar e isso se reflete também nos alunos dela, o que no nível pessoal torna a experiência incrivelmente enriquecedora. Como o intercâmbio faz parte do currículo dos alunos de lá, eles também acolhem por ano em média 100/200 alunos estrangeiros, o que me permitiu conhecer e construir amizades com pessoas de várias partes do mundo, algumas das quais mantenho até hoje.

Nathália do Vale em intercambio para a França

O intercâmbio também me ajudou a me ver como representante do Brasil no exterior. Por exemplo, na época do assassinato da vereadora Marielle Franco estávamos em aulas ainda e junto com outras colegas brasileiras espalhamos cartazes sobre o assunto no campus e compomos uma roda de conversa sobre a situação política no Brasil para os estudantes franceses. Sair do país tem um pouco disso também, já que ajuda a se enxergar melhor como latino e também como brasileiro.

Sem sombra de dúvidas o intercâmbio foi uma virada de chave na minha graduação e na minha vida pessoal. Desde que voltei (ao Brasil) sempre tive em mente que queria retornar à França para continuar meus estudos na pós-graduação e hoje faço mestrado em Economia do Desenvolvimento na Paris 1 Panthéon-Sorbonne.