Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) – Lucas Carvalho

Quando iniciei minha graduação em Ciência Política na UFPE, tinha pouquíssima ideia do que a ênfase em Relações Internacionais viria a abordar, apenas uma noção ampla de alguns tópicos estudados e de que muitas pessoas naquele primeiro semestre tinham escolhido o departamento com a ambição de desenvolver uma carreira na diplomacia brasileira.

Ao fim do meu primeiro ano, percebia que também tinha entrado sem saber muitas das coisas que a própria Ciência Política trazia: havia muito mais a ser estudado do que eu pensava, em tópicos muito mais numerosos. Nas RI, a mesma situação: estava impressionado com toda a gama de possíveis abordagens pelas quais meus colegas e professores desenvolviam suas pesquisas.

Desde o processo de entrada na universidade, sempre estive fortemente inclinado à área acadêmica, interessado em realizar pesquisas e projetos similares. Na UFPE, com o curso de Ciência Política estruturado de forma a abarcar também às RI, cada aluno acaba por se direcionar para suas áreas e subáreas preferidas. Dessa forma, tive a oportunidade de iniciar minha experiência em um programa de Iniciação Científica, com orientação do Prof. Dr. Marcelo de Almeida Medeiros, e financiamento da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE).
Em termos gerais, meu projeto lidou com a legislação migratória dos Estados Unidos – tanto nos níveis federais quanto estaduais, cada um dotado de uma gama de especificidades. A discussão desenvolvida buscou debater temas como a inalienabilidade dos direitos humanos, tipos de cidadania e diferenças regionais dentro dos EUA.
Com uma renovação depois de um ano de pesquisa, estive envolvido no projeto entre meus terceiro e sétimo períodos da graduação, e posso afirmar com toda certeza de que isso foi essencial para minha formação e meu entendimento do que realmente significa ser um pesquisador e de todos os caminhos a serem traçados na busca pela produção de boa ciência.
Em primeiro lugar, pude aprofundar meu entendimento de temas das Relações Internacionais que não poderiam ser tratados de forma tão extensa em um curso de graduação. Esses incluem desde noções mais amplas do que significa política comparada, até um entendimento mais focalizado sobre como processos de globalização moldaram a posição dos EUA no sistema internacional; e o porquê de ele ter se consolidado como o maior receptor migratório no mundo. Mais do que isso, essa experiência me permitiu estar envolvido na produção de ciência ainda muito cedo, o que foi essencial para que eu entendesse o que queria realmente fazer da minha formação.
Como desenvolvimento desse projeto, pude ter a experiência de desenvolver e publicar um artigo em uma revista da área (junto de meu orientador e do Dr. Felipe Rocha) – outra experiência essencial para que eu entendesse tudo que envolve a tarefa de ser pesquisador e o rigor necessário para os trabalhos desenvolvidos. Por fim, o PIBIC também me deu a certeza de que queria continuar no caminho acadêmico, me trazendo até o mestrado que faço hoje.