Caique Terenzzo foi estagiário na Tembici durante um ano.
Com a base teórica do curso de Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP) já bem estruturada, tive a oportunidade de participar do programa de estágio na área de Relações Governamentais da Tembici, cuja duração foi de um ano.
A oportunidade me apareceu como processo seletivo divulgado em diversas plataformas e canais, inclusive aqueles gerenciados pelos alunos e pela equipe de comunicação do IRI-USP. Para além das entrevistas, o processo contou com a apresentação de um case que propusesse soluções a alguns problemas relacionados à sistemas de compartilhamento de bicicletas. Contando com a bagagem de um internacionalista, elaborei um projeto que propunha soluções amparadas em experiências internacionais de sucesso, para além de detalhar possibilidades de atuação em cada instância dos poderes executivo e legislativo nacionais.
Uma vez selecionado, fui introduzido na rotina de trabalho da empresa e em seus projetos, sendo instigado a empregar na resolução de problemas o ferramental adquirido durante a graduação, como a
escrita e leitura em português e idiomas estrangeiros e, especialmente, o conteúdo relacionado à ciências políticas e direito. Paulatinamente, assumi maior autonomia e responsabilidade sobre os processos, expandindo ainda mais a margem de aprendizado.
Na prática, cotidianamente me dedicava em estabelecer e manter, em nome da empresa, as relações com o governo, bem como em participar, também em nome da empresa, de grupos de trabalho organizados para formulação de políticas públicas cuja temática é a da micromobilidade. Para tanto, era imprescindível que eu me mantivesse atualizado sobre os principais eventos políticos do país e do
mundo, especialmente aqueles relacionados à micromobilidade, bem como que eu me comunicasse adequadamente com os agentes do governo brasileiro e das demais localidades de operação da Tembici, seja através do contato em reuniões, por telefone ou troca de mensagens, seja na elaboração de materiais, ofícios e e-mails institucionais. Internamente, encarregava-me de indicar à diversas áreas da empresa as oportunidades e limitações de atuação haja em vista a regulamentação vigente. Ao fim e ao cabo, era responsável pela articulação das partes envolvidas no processo de estruturação de iniciativas relacionadas à micromobilidade, com foco na promoção das soluções desenvolvidas pela Tembici.
Nesse sentido, a experiência de estágio em Relações Governamentais na Tembici enriqueceu minha formação enquanto internacionalista porque me permitiu o aprimoramento do ferramental teórico e prático explorado no curso de graduação, além de ter me desenvolvido enquanto profissional ao ter me permitido participar ativamente dos processos decisórios da empresa. O estágio, ademais, comprovou que há espaço no mercado para o exercício da habilidade de inter-relacionar as informações de diversas áreas do conhecimento, habilidade essa tão própria da formação multidisciplinar do internacionalista. E demonstrou, enfim, que a participação na arena internacional – aspirada por tantos da área, entre os quais me incluo – pode também se dar na alçada de entidades privadas.
